LEANDRO CZERNIASKI
Por Leandro Czerniaski – Cruzamento de dados, visitas de técnicos e verificação do cumprimento dos critérios para ser beneficiário. Esses são as três principais linhas em que os governos federal e municipal atuam para evitar fraudes ao Bolsa Família – o programa de transferência de renda voltou a se chamar assim neste ano, após ser renomeado para Auxílio Brasil.
O pente fino busca verificar se quem está recebendo o benefício realmente se encontra em situação de vulnerabilidade. É a chamada qualificação de dados. “Na pandemia, devido à grande demanda pelo Bolsa Família e auxílios, não era possível fazer a averiguação de cadastros de forma individualizada. Agora, o próprio sistema do governo federal cruza informações entre diferentes plataformas ou nos é enviada uma listagem para que façamos visitas a fim de verificar se a realidade do beneficiário condiz com as informações prestadas por ele”, detalha a técnica da Secretaria de Assistência Social, Eliane Steimbach.
Atualmente, metade dos cadastros está sob averiguação e as equipes dos CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) têm priorizado visitar as famílias. O pessoal já identificou autônomos com boas condições e empresários recebendo o auxílio. Quando a irregularidade é encontrada pelo sistema do governo, o benefício é cortado na hora.
Dados repassados pela Secretaria de Assistência Social ao JdeB (ver no infográfico ao lado) mostram que a pandemia fez o número de pessoas beneficiadas pelo programa mais que dobrar em Francisco Beltrão. O total do valor pago a essas famílias cresceu quase dez vezes em três anos, consequência do auxílio complementação feita até dezembro passado e do reajuste do valor a partir de janeiro deste ano.
Outros benefícios
Quem se enquadra nos critérios para receber o Bolsa Família precisa procurar o CRAS e preencher um formulário autodeclaratório. As informações serão confrontadas com outros dados a que o governo tem acesso (como aposentadorias, pensões e registros em carteira), além da visita de técnicos da Assistência Social. O candidato ainda participa de uma reunião em que são apresentados outros programas para quem está no CadÚnico, como os voltados para tarifas de água e luz, de habitação, Leite das Crianças, recebimento de vale gás, medicamentos e cartão para compra de alimentos.
Cadastro atualizado
Eliane orienta que os beneficiários sempre mantenham seu cadastro junto ao CRAS atualizado. Isso evita alguns transtornos caso o auxílio seja cortado por suspeita de irregularidade e seja necessária uma reavaliação. Uma das mudanças que tem causado confusão é quanto aos casos em que a pessoa que possui o benefício arruma emprego: ela continua recebendo metade do valor por dois anos, caso a renda per capita seja inferior a meio salário mínimo.
Por Jornal de Beltrão